quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O VASO SANITÁRIO

No início dos nossos antepassados as pessoas usavam qualquer lugar para livrarem-se dos seus dejetos, desde moitas a um simples buraco cavado no chão. Mas os pesquisadores acreditam que essa história ficou diferente somente no terceiro milênio antes de Cristo. Apesar de relatos sobre vasos sanitários existirem a mais de quatro mil anos na Índia, foi somente no século XVIII que ele se popularizou.
Mas antes disso a civilização de Harappa, por volta de 2.500 a.C. no vale do Indo, principal rio do Paquistão atual, já dispunha de latrinas com água corrente e ligadas a canais construídos com tijolos, integrando um sistema sanitário que incluía câmaras e bueiros, isso tudo foi comprovado através de escavações. Mas os que delas se serviam precisam se agachar para satisfazer suas necessidades fisiológicas.
Na Grécia do século V a.C por exemplo, as residências não contavam com toaletes e os gregos preferiam era mesmo se aliviar ao ar livre, apesar de terem criado as primeiras latrinas usadas pelas pessoas permitindo se sentarem e criaram a condução dos dejetos e a retirada de água de banheiros no palácio do Faraó, e com algum tempo depois cada apartamento tinha associado seu banheiro. Na Ilha de Creta, que fica na Grécia, as escavações do palácio de Cnossos mostraram a existência de uma rede de água e esgoto já no ano 1.000 a.C. Foram encontradas evidências de aparelhos sanitários (banheira, vaso sanitário), rede de água fria, rede de esgoto e até um sistema de aquecimento.
Na Roma no início da era cristã, onde não gostavam de banheiros privados, eles adoravam fazer suas necessidades em construções comunitárias anexa a termas, e para isso implantaram banheiros públicos, associados às casas de banho. Era costume entre eles promover debates, banquetes e encontros cívicos em latrinas coletivas, instaladas em grandes bancadas de pedra, sob as quais passavam os canais de água corrente, usados para carregar os dejetos até os rios. Estes banheiros eram freqüentados tanto por homem e mulheres. O que se sabe também é que eles não se preocupavam com a higiene íntima, não havia outro recurso, a não ser se limparem com o que estivesse ao alcance, como água, grama, areia ou a própia mão. E em frente aos bancos sanitários sempre passava um pequeno córrego ou uma valinha de água.
A expansão do Império Romano levou o vaso sanitário a várias partes do mundo antigo, mas com a queda deste império no século V, a saúde e higiene também tiveram um retrocesso. A higiene conseguiu prevalecer nos monastérios onde os pés eram lavados semanalmente e tomava-se banho de duas até quatro vezes ao ano. Nessa época os dejetos coletados durante o dia ou à noite eram simplesmente jogados pela janela. No século XIV (1395) o rei da França instituiu uma lei proibindo essa prática que, apesar da lei, continuou sendo praticada até meados do século XVIII. Após essa proibição surgiram empresas que faziam o transporte dos dejetos durante a noite, mas esses dejetos, deixados na porta das casas, eram esparramados por animais ou transportados pela chuva. Essas condições de higiene foram a causa das pestes arrasou a Europa na Idade Média. A peste bubônica ou peste negra é um exemplo, e matou mais ou menos 25 milhões de pessoas.
O costume de lançar os dejetos pela janela foi substituído pelo lançamento em poços externos às residências. Começou-se também a construir assentos de madeira sobre os mesmos e utilizar o próprio ambiente como sanitário. Esse cômodo necessitava ser escuro para não atrair insetos. Esses poços facilmente preenchidos e era necessário abrir outro. Não havia distanciamento adequado entre esses poços e os que coletavam água. Progressivamente esses poços foram sendo esvaziados e o material transportado para outros locais. Esse material passou a ser utilizado para fertilizar as lavouras, mas o cheiro era insuportável. Um francês chamado Louis Mouras experimentou construir u
m poço fechado e quando o abriu teve a surpresa em ver que o material havia desaparecido. Com isso passou a construir as fossas Mouras na qual o líquido excedente era removido por uma descarga. Utilizou-se também a fossa de Moule: o vaso sanitário ficava dentro de um móvel que permitia, através de um mecanismo, o lançamento de terra seca sobre os dejetos; esse material ia ter a um depósito na parte inferior da casa. A partir desse ponto, é que houve a criação de aparelhos sanitários (lavatório, a banheira, a pia, o tanque, o chuveiro e vaso sanitário), que em geral eram peças utilizadas pela população mais rica e lentamente chegou aos menos favorecidos.
Algum tempo depois, no século XVI veio a grande evolução ligada ao vaso sanitário. O poeta e escritor inglês João Harrington (1561-1612), afilhado da rainha Elizabeth I (1533-1602), esboçou um modelo de vaso sanitário semelhante ao que é utilizado hoje. Este modelo foi colocado no palácio real de sua madrinha, no Richmond Palace e ele a convenceu de se acomodar no trono nas horas de necessidades. Mas apesar da aprovação real, esse aparelho era ligado a fossas e cheirava mal.
O invento, porém, só decolaria no final do século XVIII, quando o relojoeiro Alexander Cummings e o marceneiro Joseph Bramah solicitaram a patente para duas distintas e aperfeiçoadas versões do projeto de Harington. Em seguida, Bramah iniciou um rentável negócio de instalação de privadas em casas mais abastadas. Ele criou uma bacia sanitária com descarga hídrica que possui um cano que leva os dejetos direto para o esgoto. De acordo com uma fonte, a instalação de vasos sanitários foi multiplicada por dez no período de 1824 a 1844. Houve um novo impulso depois que o fabricante de vasos sanitários George Jennings instalou seus produtos para uso público no Hyde Park, durante a Grande Exibição de 1851. Cerca de oitocentos e vinte e sete mil pessoas utilizaram as instalações. Os visitantes, sem dúvida, se maravilharam com a espetacular exibição de cultura global e moderna engenharia, mas, para muitos, a experiência mais surpreendente foi simplesmente sentar-se pela primeira vez em uma privada com descarga d’água. Finalmente, em 1870, S. S. Helior inventou o vaso sanitário com descarga, chamado "optims”. A partir desse ponto, o vaso vem se aperfeiçoando, mas nada muito diferente do modelo usado hoje em dia pó nós.

O VASO SANITÁRIO NO BRASIL

O Brasil seguiu o desenvolvimento dos Sistemas na Europa e nos EUA. A situação do abastecimento de água nas cidades brasileiras no século XVIII era bastante precária. Cidades como São Paulo tem seu abastecimento por chafarizes público ou soluções individuais mais precárias. Para captação da água a população recorria a fontes desprotegidas, pequenos cursos de água, etc. Em 1723, a cidade do Rio de Janeiro fora equipada com seu primeiro aqueduto, que conduzia água do Rio Carioca, através dos Arcos Velhos, até o chafariz público. O primeiro encanamento de água foi executado pelos frades de São Francisco, em 1744, para abastecimento próprio. O marco inicial do serviço de abastecimento público na capital paulista pode ser representado pelo “Chafariz do Tebas”, construído em 1792 no Largo da Misericórdia, próximo à Rua do Palácio e a Rua Direita.
ESTILOS DE VASO SANITÁRIO

Não há quem não conheça o vaso sanitário, feito para urinar e evacuar e indispensável em todos os lugares onde possuem banheiro, em escolas, restaurantes, comércios e tantos outros.
Mas houve toda uma história até chegarmos aos aparelhos modernos de hoje em dia, que permitem uma limpeza rápida e colaboram quanto aos odores que incomodam.
Entre os aparelhos existentes, podem-se distinguir:
Tipo inglês: Preso no chão e o mais utilizado;
Suspenso: de feitio muito sóbrio, deixa livre e totalidade no chão, permitindo sua limpeza completa;
De fundo chato: limitado aos serviços hospitalares, pois permite controle medico das dejeções;
Baixo ou rebaixado;
À turca: freqüentemente utilizado nas coletividades, por ser sua limpeza especialmente fácil cujo estilo, ao contrário do ocidental, é disposto próximo ao nível do chão;
•Existe ainda o tipo “guarda-roupa”, dotado de mecanismo que funciona com ou sem água; pode ser instalado onde não houver esgoto, sendo colocado sobre uma fossa, ou equipado com dispositivo de ação química destinada a tratar o produto das dejeções.
Porém, em geral as dimensões de um vaso sanitário são de cerca de 35 cm de largura para uma profundidade de 45 a 60cm, e uma altura aproximada de 40cm. O vaso mantém certa quantidade de água armazenada em seu interior, essa água fica retida em uma curva, e quando os dejetos caem nessa água, a descarga é ativada e assim, seguem para o esgoto, usando cerca de 6 a 8 litros.
Os aparelhos podem ser classificados de acordo com seu sistema de esgoto, que pode ser:
• direto: cujo principio consiste em enviar determinada quantidade de água, com certa força, à privada, cuja saída pode ser posterior vertical ou oblíqua, lateral oblíqua e central;
• fracionado: em que a ação do sifão só se produz após ser descarregada a totalidade de água da descarga;
• sifão: uma aspiração enérgica, provocada por súbita depressão no sifão, é realizada numa saída horizontal de determinado comprimento. Os aparelhos de ação química são fabricados com chapa de aço vitrificada ou com plástico, para serem facilmente transportáveis, enquanto os outros modelos é de cerâmica. Esses aparelhos se instalam em lugares em que não existem água suficiente e possibilidade de instalar esgoto direto.
CURIOSIDADE

A Fossa

É um buraco no chão sem abertura para entrar água, que recebe os dejetos transformando-os em líquidos, assim fica mais fácil de eliminá-los e isso acontece através das bactérias anaeróbicas sem qualquer intervenção química ou mecânica.
Existem fossas químicas, onde os dejetos se transformam em líquidos através de uma reação química de soda cáustica ou produtos especiais. Podem ser instalados dentro ou fora da casa ou até mesmo em andares superiores. A fossa pode fluir por escoamento subterrâneo, para u poço filtrante ou para uma superfície absorvente.
Existem as fossas sépticas, que é um tanque enterrado, que recebe os esgotos, retém a parte sólida e inicia o processo biológico de purificação da parte líquida. Mas é preciso que esses efluentes sejam infiltrados no solo para completar o processo biológico de purificação e eliminar os riscos de contaminação. São fundamentais no combate às doenças é essencial para a melhoria das condições de higiene das populações rurais.

Mictórios

É o nome que se dá ao lugar próprio para o ato de urinar, que também recebe o nome de micção, por isso surgiu o nome mictório.
Um mictório se diferencia de um banheiro por que os banheiros possuem os vasos sanitários, que podem se destinar a outros tipos de excreção e não somente o ato de urinar. Eles são mais comuns nos banheiros masculinos, porem existe exemplos de mictórios femininos. Podem ser individuais, geralmente feitos de porcelana ou de aço, quando coletivos. Também possuem uma grande variedade de formatos: redondos, ovais, retangulares, etc. Como os vasos sanitários, normalmente também possuem descarga hídrica que pode ser automática ou manual. Também existe o uso de desinfetante para evitar odores desagradáveis e manter a limpeza do local.


Penico

É também conhecido como urinol ou biposte, consiste de um recipiente arredondado e fundo chato confeccionados de ferro, bronze, cerâmica, louça, ágata e, mais modernamente os de plástico. Geralmente é usada a noite e fica perto da cama do seu dono e usado também para ensinar crianças a irem ao banheiro. E até hoje permaneceram na rotina de muitas pessoas (principalmente da área rural) até quando o uso crescente de banheiros com privadas gradualmente os substituiu. Em alguns países, como a China (que possui uma grande população rural), eles ainda são encontrados com facilidade mesmo nos dias de hoje. No Brasil usam-se ainda dois tipos de penicos em ambiente hospitalar para os pacientes que não podem se levantar da cama: um deles é usado por homens conhecido por "papagaio" e o outro é utilizado pelas mulheres e é conhecido por "comadre".

O Vaso ecologicamente correto

É o que funciona com apenas dois litros de água para resíduos liquidos ou quatro para residuos sólidos. Seu criador é um homem que alem de ser compositor, ator , e empresario ja morou nas ruas do Rio de Janeiro. A invenção consiste em modificar a saída da água do vaso sanitário dos banheiros. O vaso comum utiliza de seis a nove litros de água para empurrar os dejetos diretamente ao esgoto.A eficiencia desse sistema foi aprovado pelo Instituto Mauá de Tecnologia em São Caetano do Sul (São Paulo). Esta invenção foi exposta no 36° Salão Internacional de Invenções de Genebra – Suíça. O sistema foi premiado com medalha de ouro na categoria “ seleções ecologicas” .

O museu

O museu Gladstone Pottery, na cidade britânica de Stoke-on-Trent, garantiu uma verba de mais de US$ 2 milhões junto à União Européia e à Loteria Britânica, para financiar o que está sendo chamado de "celebração da história do vaso sanitário”. Os visitantes poderão saber como era a vida no banheiro dos nossos antepassados que viveram antes da invenção da privada com sistema de descarga. A mostra, que será inaugurada em agosto e ficará em exibição permanente, vai incluir a reconstrução de um banheiro vitoriano, com suas mal-cheirosas latrinas. O museu tem planos inclusive de recriar o autêntico fedor vitoriano, a partir de aromatização química.

Inventor da privada imortalizado em Igreja

Thomas Crapper, o inventor do vaso sanitário, foi imortalizado nos vitrais da igreja de sua cidade natal, segundo informações dos jornais ingleses. O vitral, recentemente colocado na igreja Saint Lawrence, próximo a Doncaster, incorpora a figura do vaso sanitário como parte das homenagens feitas às invenções locais. Crapper nasceu na cidade vizinha de Thorne, em 1836, e depois foi para Londres, onde ganhou fama através de sua invenção.

Você compraria um vaso sanitário de US$ 4,8 mil?

Vasos sanitários desenhados no Japão gastam menos da metade da água de modelos comuns e provam que zelar pelo meio ambiente acelera as inovações. Lá, onde brotou uma indústria criativa dedicada à solitária atividade da higiene pessoal, esse mercado é de US$ 625 milhões anuais. Os assentos high-tech viraram mania e desembarcaram nos EUA, onde já são a nova onda, por dois motivos: se há celulares incríveis, por que não banheiros? - e o cuidado ambiental. Algumas peças, ditas inteligentes, podem até medir o grau de açúcar na urina e possuem jatos de água morna (26ºC) que cuidam da assepsia.

Vaso Sanitário toca MP3

Os empresa japonesa Toto inventou um vaso sanitário high-tech, chamado Apricot (Abricó) que aquece o assento nos dias frios, limpa automaticamente com jatos d'água com temperatura e pressão controlados, é auto-limpante e ainda por cima toca MP3. Vem até com controle remoto. As músicas são carregadas através de um cartão de memória. O preço: 3.260 reais. É um trono digno de rei. Vem, inclusive, com programas para antes e depois do ato. Um verdadeiro luxo para atender as nádegas mais exigentes.

A maior tecnologia dos últimos séculos

Uma pesquisa foi feita por vários pesquisadores de vários países, para identificar qual seria a melhor tecnologia dos últimos dois séculos. Apesar de o homem ter criado mil coisas ( automóveis, as viagens interplanetárias, televisão,rádio e etc.), chegaram a conclusão que a maior invenção foi o vaso sanitário.Pois é, apesar dele ter sido um invento de muitíssima utilidade essa pesquisa pegou muita gente de surpresa.